Arte românica é o nome dado ao estilo
artístico vigente na Europa entre os séculos XI e XIII, durante o período da
história da arte comumente conhecido como "românico". O estilo é
visto principalmente nas igrejas católicas construídas após a expansão do
cristianismo pela Europa e foi o primeiro depois da queda do Império Romano a
apresentar características comuns em várias regiões. Até então a arte tinha-se
fragmentado em vários estilos, sendo o românico o primeiro a trazer uma unidade
nesse panorama.
Depois de passar por muitas turbulências, desde o fim do
Império Romano até o século XI, aproximadamente, a Europa medieval vive um
momento de estabilidade e crescimento. O comércio volta a florescer e as
cidades começam a prosperar, mesmo que timidamente.
Até então a arte era difusa e diferente entre os variados
povos europeus. Isso mudaria com o "crescente entusiasmo religioso",2
cujas causas são, entre outros factores, as peregrinações que cresceram e as
Cruzadas para libertar a Terra Santa. Com todas essas mudanças é plausível o nome
românico, visto que a Europa se romanizou como nunca desde o início da Idade
Média. A única coisa que faltava, a autoridade política central, foi, até certo
ponto, ocupada pelo Papa. Sem um poder nas mãos de um único rei, foi a Igreja
que centralizou o controle sobre o pensamento e a vida da época e foi a
primeira responsável pela unificação da Europa desde a queda do Império Romano.
Esse crescimento religioso se reflectiu na construção de
muitas igrejas. Nas palavras do monge Raoul Glaber, citado por Ramalho,3
"à medida que se aproximava o terceiro ano após o ano 1000, via-se em
quase todo o universo, em particular na Itália e nas Gálias, a reconstrução das
basílicas religiosas… Era como se o mundo sacudisse de si o pó do tempo, para
despojar-se de sua vetustez, e quisesse se revestir, por toda a parte, de um
manto branco de igrejas". Essas igrejas foram mais numerosas e maiores que
todas as outras precedentes, o que explica em parte o entusiasmo de Glaber.
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