Verificando que a diversidade de obras de arte é bem maior
do que as teorias da imitação e da expressão fariam supor, uma teoria mais
elaborada, e também mais recente, conhecida como teoria da forma significante
(abreviadamente referida como «teoria formalista»), decidiu abandonar a ideia
de que existe uma característica que possa ser directamente encontrada em todas
as obras de arte. Esta teoria, defendida, entre outros, pelo filósofo Clive
Bell, considera que não se deve começar por procurar aquilo que define uma obra
de arte na própria obra, mas sim no sujeito que a aprecia. Isso não significa
que não haja uma característica comum a todas as obras de arte, mas que podemos
identificá-la apenas por intermédio de um tipo de emoção peculiar, a que chama
emoção estética, que elas, e só elas, provocam em nós. Por esta razão a incluo
nas teorias essencialistas. De acordo com a teoria formalista de Clive Bell
Uma obra é arte se, e só se, provoca nas pessoas emoções
estéticas.
Note-se que não se diz que as obras de arte exprimem
emoções, senão estar-se-ia a defender o mesmo que a teoria da expressão, mas
que provocam emoções nas pessoas, o que é bem diferente. Se a teoria da
imitação estava centrada nos objectos representados e a teoria da expressão no
artista criador, a teoria formalista parte do sujeito sensível que aprecia
obras de arte. Digo que parte do sujeito e não que está centrada nele, caso
contrário não seria coerente considerar que esta teoria é formalista.
Tendo em conta a definição dada, reparamos que a
característica de provocar emoções estéticas constitui, simultaneamente, a
condição necessária e suficiente para que um objecto seja uma obra de arte. Mas
se essa emoção peculiar chamada «emoção estética» é provocada pelas obras de
arte, e só por elas, então tem de haver alguma propriedade também ela peculiar
a todas as obras de arte, que seja capaz de provocar tal emoção nas pessoas.
Mas essa característica existe mesmo? Clive Bell responde que sim e diz que é a
forma significante.
Frases como «Este quadro é uma verdadeira obra prima devido
à excepcional harmonia das cores e ao equilíbrio da composição», ou como
«Aquele livro é excelente porque está muito bem escrito e apresenta uma
história bem construída apoiada em personagens convincentes e bem
caracterizadas», exprimem habitualmente uma perspectiva formalista da arte.
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